segunda-feira, 4 de julho de 2011

Esperando.

Tão só e irritado, as pessoas passam e não o percebem.
 Passa a mão na testa, olha para um lado e para o outro.
Nada.
Quanta fé ainda tem de que um dia vai chegar,
Afinal, sua chegada será tudo.
O corpo inteiro demonstra irritação, ânsia, por momentos quase desespero.
Pessoas vêm e vão, mas ele não se importa continua lá.
Tão cheio de esperança, mas ao mesmo tempo cheio de lacunas vazias de sentimentos e contradições.
Loucura, perversão, ele está louco! Esse ser está louco!
Todos o observam, mas não entendem tal espera.
Por quê? Pra quê? Por quem? Quando vem? Realmente tem?
"Calma, calma!" agora até os próprios pensamentos o aconselha.
Não! Basta!
Ele não quer mais, ele sabe que não vem.
Mas acredita.
Transtornado ele corre para longe, mas logo para, volta.
Irritação, náusea, transtorno, monotonia, calafrios, medo, saudade.
Aliás, saudade não. Ele não sente saudade.
Como poderia sentir saudade do que ainda não conhece?
Ele quer, mas sabe que não pode sair, tem que continuar lá.
Esperando.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Porta

 

Abre, passa, fecha.
Não repara, ignora.
  Continua lá parada,
Ouve-se “Din Dom!”.
Chega mais, boas e más.
Sem "Din Dom" agora.
Não sei quem são.
Eu não penso.
Continuo lá parada,
Levanta, aproxima-se, gira-me, abre e sai.
Abrem-me, fecham-me, esquecem-me,
E me deixa lá parada
Abrem-me, agora se ouve, um barulho irritante,
Outrora assustador
Que chegara aos ouvidos como “Nhhheeennc”
Madeira, parafusos e maçaneta.
Mas continua lá parada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desalento

Ficara estático olhando para as letras inertes na tela.
Seus olhos fixaram-se, perderam a vida, foram do céu ao inferno em nenhum piscar. Ele podia jurar que aquilo tudo era brincadeira, um sonho, uma piada. Mas não era. Era tudo real, tudo era fato.
Tentou esboçar qualquer reação, mas aquilo que estava lendo, de certo modo, mexera com a sua cabeça. Outrora se fecharia em seu mundo, todavia, ele queria sentir; precisava; era melhor que sentisse. Dor. Suas bochechas ganharam um tinge de vermelho. Não era vergonha, mas ele queria se esconder do resto do mundo.
Dedos, mãos, boca, olhos, tela, letras, e fim.
Fim...
Por um instante pensou em gritar. Não havia grito em sua garganta, só dor. Hesitou um pouco. Não lhe restavam escolhas. Chorou.
Dedos, mãos, boca e água salgada se misturavam em seu rosto. Se não fosse chocante, seria no mínimo gozada aquela situação. Voltava a ser uma criança. Não podia engolir o choro, ele, o choro, já tinha ganhado vida própria e mesmo assim ele, o homem, tentou amordaçar seu sofrimento com um riso, irônico, porém um riso.
Dedos, mãos, boca, olhos, tela, letras, e um riso.
Tentou se convencer de que era mais forte; ela o convenceu de que era mais cruel; ele disse que não em um movimento bem trabalhado da cabeça; ela fez que sim com um leve piscar de olhos;
 Fim.  Algo mais?
Ele se lembrava de tudo, passava um filme em sua cabeça, sua vida estava toda ali detalhada, bem do jeito que ele deixara: bagunçada! “Pensou que a vida era fácil não é?” seu pai invadia-lhe o pensamento, não podia perder a oportunidade de dar-lhe mais um sermão. Os pais gostam de ver os filhos sofrer, só para depois dizer que os havia avisado, que deviam ter-lhe dado mais atenção. Sempre os pais... Sempre...
Silêncio.
Aquela agonia servia apenas para que ele visse o quanto de tempo perdeu tentando dar um sentido sensato a sua vida. Pra quê? Para poder morrer no final. Por que nunca morremos na hora certa. Sempre fica alguma coisa para ser feita. E quando não houvesse mais nada para fazer, o que fazer? 
Morrer.
 Finalizar com chave de ouro sua aparição nesse lugar que chamamos de Mundo Cotidiano.
Novo silêncio.
Permanecia ali, em frente à tela, um homem estático com olhar fixo em letras que insistiam em lhe golpear. Permaneceria ali por muito tempo, não sei precisar-lhe, mas posso dizer que foi muito tempo.

Por, Filipe Paim.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É só mais um poema sobre a Bahia

Ó Bahia minha da tal burguesia
Ó a Bahia repleta de epidemias
Escrevo-lhe Minha Bahia
Pra quem tem alforria
Que serás minha um dia com toda a tua magia.

Vou cantar para ti
Ó Bahia
Uma canção só minha
Com toda nossa orgia e simpatia.

No meu gueto ó Bahia
Sou só mais um preto
Do meu direito não tenho nenhum conceito
Pra policia sou só mais um marginal
Esperando a chegada do carnaval.

Mas Bahia,
Pra quem tanto dizia ser repleta de alegria
Diga-me, porque me esconde tal tristeza em tua harmonia?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ser Ou Estar? Eis A Questão!

Ser ou Estar? Eis a questão!

Certo dia, assistindo um DVD de uma peça teatral do direto Zé Celso, Vi numa entrevista que  ao invés de falar “Ser ou não Ser” como diz o personagem Hamlet da obra de Shakespeare em um momento que o tal se encontra em uma situação de dúvida,  o coroa safado(Zé Celso) fala “Estar ou não Estar”. Por quê?
Você já parou pra pensar nas definições que você se dá diariamente? “Eu sou isso, eu sou aquilo, eu sou assim...”
Pessoalmente falando, não existe ser, você se pode afirmar tão vagamente quem somos sem ao menos saber o que vem pela frente? Ser é mais do que se definir ou dizer o que você faz da vida.
Não venha também comentar me perguntando o que é ser, até por que eu também não faço a mínima ideia, mas se você sabe então comente e se explique. Se você souber provavelmente terá para nós uma explicação para compartilhar

           
                                            Cena de uma montagem da peça Hamlet



Abraços a todos!

Aula de sociologia

Hoje(16/09/2010) na minha tão medíocre e admirável aula de sociologia, a minha querida professora Márcia, citou vagamente algo sobre o sistema capitalista indiano, ela disse que uma pessoa pobre na índia morre pobre, e uma pessoa rica morre rica.

Então alguém da minha turma perguntou o “Por quê?” e a professora respondeu “Por causa de deus”, não sei muito sobre o assunto, mas segundo a professora (e aquela novela da rede globo.) os indianos são muito rigorosos em relação à classe social.

Imagine, se pra esse povo deus é tão importante e valioso, o quão importante é esse povo para deus? Eu não sou ateu nem nada, e não me importo se você for, mas se deus é tão ruim assim a ponto de abandonar um fiel, por quê ainda tem tantos devotos?
E tem mais, quando acaba os caras ainda te param na rua pra dizer que deus não abandona ninguém, mas quando o filho dele, ou o filho bastardo de José e Maria estava pra morrer ele mesmo disse “ por quê me abandonastes?”.

Se há diferença entre o que deus faz conosco, e abandonar me expliquem PELO AMOR DE DEUS!

REFLITA
Obs.: Se você notou que eu escrevi “Deus” com letra minúscula não se importe, foi proposital, afinal nós homens criamos vários deuses e afiliados todos os dias.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Começo

Sempre quis fazer um Blog  (até o ano passado nem sábia o que era), mas nunca tive saco! (será que agora viro nerd?).

De início tive dúvida na escolha de um nome, de tanto bater a cabeça, passar a mão na barba e estralar os dedos, tive uma ideia, decide pôr algo que fizesse com que todos pudessem entender de forma simples e descontraída os meus pensamentos cotidianos e coisas das quais eu ouvi falar por ai. Por tanto O blog se chamaria inicialmente “Liberdade, Igualdade e Fraternidade.” O azul, vermelho e branco da bandeira Francesa, cores usadas também em muitas outras bandeiras pelo seu significado na França.

Porém caros amigos, interrompo a sua leitura, para comunicar que o nome do blog sofreu uma mudança, já que eu tinha um nome novo em mente e meus amigos me aconselharam a de fato usa-lo o nome eh Cheiro de Pensamento. (Espero que gostem!)

Se você quer perder seu tempo vindo aqui pra usar discursos intelectuais para me criticar ou coisa do tipo, não perca seu tempo, a menos que você queira mesmo fazer isso.




Então é isso galera, Valeu!!